O sítio do gabinete do censo dos Estados Unidos, www.census.gov/population/www/popclockus.html, inclui um “relógio da população” que é actualizado “em tempo real”. Cada minuto, 8 pessoas nascem nos Estados Unidos. Igualmente impressionante é o número de emigrantes: 2 por minuto. Em termos líquidos (tendo em conta as mortes), cada minuto mais quatro pessoas vivem na terra do tio Sam.
É inegável que os Estados Unidos sofrem inúmeros problemas. O número de pessoas sem seguro de saúde, mais de 40 milhões, é escandaloso. O crime, o racismo, as desigualdades sociais, teimam em manter-se. Sobre a política externa, nem vale a pena falar.
Poderia continuar a lista de defeitos. Mas do outro lado da balança está o facto inegável de que os Estados Unidos continuam sendo um país de oportunidades. A capacidade de absorção da economia americana é notável. Milhões de empregos são criados, fruto da capacidade empreendedora dos que aqui nascem e dos que para aqui se deslocam.
Em boa parte, esta dinâmica económica resulta de um fenómeno de auto-selecção: as pessoas que emigram para os Estados Unidos são pessoas com espírito de iniciativa – começando com a iniciativa de mudar de país, o que nem sempre é tarefa fácil. Por outro lado, temos também que considerar a dimensão da economia: uma empresa de sucesso que em Portugal chega à dimensão 10 pode facilmente chegar nos Estados Unidos à dimensão 100. Mas em grande parte o motor do progresso económico resulta da maleabilidade da economia, daquilo que podemos chamar mobilidade económica: a facilidade com que se cria uma empresa, com que se contrata (e despede) um empregado; a liquidez do mercado de habitação, quer no que respeita ao arrendamento, quer no que respeita à aquisição; o nível relativamente baixo da burocracia.
Inevitavelmente, a economia de mercado, mesmo na versão pós-“new deal”, cria situações difíceis e lamentáveis. Mas o balanço parece-me claramente positivo. Pelo menos esse parece ser o resultado da “votação” popular de quem escolhe onde viver.
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